O óleo alimentar usado tem impacto na nossa casa, no meio aquático, na rede pública, nos solos e até no nosso clima. Mas porquê?

Os óleos alimentares são utilizados nas nossas casas e na restauração para a confeção de alimentos. Depois de usados, devem ser armazenados e encaminhados para os sistema de recolha ou valorizados pelo próprio utilizador.

Não devemos colocá-los pelo ralo da pia ou na sanita pois origina um impacto ambiental negativo.

Qual é o impacto do óleo alimentar usado?

Segundo a Quercus, um litro de óleo alimentar usado é o suficiente para contaminar um milhão de litros. Esta quantidade é suficiente para uma pessoa sobreviver durante 40 anos.

Isto acontece porque o óleo alimentar usado não se mistura com a água e forma uma camada fina à superfície. Este problema juntamente com o descarte inadequado origina todo o impacto do óleo alimentar usado.

Os problemas do descarte inadequado do óleo alimentar usado

O impacto nas nossas casas

Quando o óleo alimentar usado é descartado no ralo de uma pia ou da sanita surgem problemas de obstrução de canalizações e sistemas de drenagem de edifícios. Para além disto, causa danos irreversíveis na tubagem que, consequentemente, podem levar ao seu rebentamento.

Isto traz despesas nas nossas casas mas também pode atrair pragas que podem causar doenças, tais como leptospirose, febre tifoide, cólera, salmonelose, hepatites, esquistossomose, amebíase e giardíase. Por conseguinte, estas doenças podem ser transmitidas para humanos e animais.

O impacto do óleo alimentar usado na rede pública

O mesmo pode acontecer nas tubagens e coletores públicos, com os perigos que anteriormente indicámos.

Este óleo descartado de forma incorreta chega às ETARs (Estações de Tratamento de Águas Residuais) e provoca problemas de desempenho. Pode também aumentar a carga poluente do efluente a tratar, o consumo de energia, o número de intervenções de manutenção e limpeza e, consequentemente, os custos operativos.

Prevê-se que os custos de tratamento de águas contaminadas com óleo alimentar usado aumente cerca de 45%.

Consequências no meio aquático

Este resíduo forma uma camada sobre a água dos lagos e rios que prejudica a entrada de luz e oxigénio para o meio aquático. Isto faz com que várias espécies possam morrer como é o caso do fitoplâncton (alga microscópica que produz oxigénio) que depende da luz para se desenvolver e sobreviver.

Esta alga está na base da cadeia alimentar dos ecossistemas aquáticos pois é um dos principais alimentos para outros organismos maiores.

Para além disso, acredita-se que fitoplâncton produz 98% do oxigénio da atmosfera terrestre.

E qual é o impacto do óleo alimentar usado nos solos?

Quando chega aos solos, seja pelas margens dos rios e lagos seja por descarte do lixo comum, o óleo alimentar usado inflitra-se. Assim, pode alcançar o lençol freático, poluindo-o, ou ser absorvido pelas plantas, prejudicando o seu crescimento.

Pode, ainda, afetar o metabolismo das bactérias e de outros micro-organismos que fazem a deterioração de compostos orgânicos que se tornam nutrientes para o solo.

O óleo de cozinha ainda tem a capacidade de formar uma camada impermeável no solo que impede a infiltração da água da chuva, aumentando o risco de enchentes.

Este resíduo tem consequências no nosso clima

A decomposição deste resíduo leva à formação de gás metano, que é um dos gases do efeito estufa. Ou seja, camada que é capaz de reter o calor do sol na troposfera aumentando o problema do aquecimento global.

Em conclusão, todos estes problemas provam o impacto do óleo alimentar usado que acaba por ser um dos principais contaminantes do nosso planeta. 

Mas o que podes fazer a este resíduo? Podes colocá-lo em oleões que permitem a sua recolha evitando, assim, o seu descarte inadequado.

Vale a pena perguntar: precisamos de continuar a correr tantos riscos por causa do óleo alimentar usado?